Por Dr. Tiago Conti
“Há muito espaço lá embaixo”, esse era o título de uma
palestra ministrada por Richard Feynman em 1959 no Encontro Anual da Sociedade
Americana de Física, o qual descrevia como toda Enciclopédia Britânica poderia
ser escrita na cabeça de um alfinete, ou ainda, como todos os livros do planeta
poderiam caber num panfleto através da manipulação atômica. Por muitos, esta
palestra é considerada o marco histórico do início da Nanociência e da
Nanotecnologia (N&N) nos tempos modernos. Porém, o primeiro artigo
científico sobre o assunto só foi publicado 22 anos depois por Erik K. Drexler,
pesquisador do MIT.
Desde então, a N&N tem atraído o interesse de inúmeros
grupos de pesquisa em todo mundo devido ao seu enorme potencial de aplicação
nos mais variados setores industriais e ao impacto que seu avanço pode
proporcionar ao desenvolvimento científico e tecnológico.
Além disso, a grande motivação para investimento de recursos
humanos e financeiros na área se deve ao fato de materiais em escala nanométrica
normalmente apresentam propriedades físicas e/ou químicas diferentes daqueles
apresentados por materiais em maior escala (“bulk”) .
Desta forma, podemos nos perguntar: Quão pequeno é uma
nanopartícula?
Se imaginarmos o planeta Terra e uma bola de futebol,
poderíamos preencher o volume ocupado pela Terra por aproximadamente 100.000.000.000.000.000.000.000
bolas de futebol. De maneira análoga, se imaginarmos uma bola de futebol e uma
nanopartícula, poderíamos preencher o volume ocupado pela bola por
aproximadamente 100.000.000.000.000.000.000.000
de nanopartículas.
Nanociência e Nanotecnologia: Quão pequeno é o "nano"?
Com efeito, a N&N podem ser definidas como a manipulação
da matéria em escala nanométrica, que seria basicamente o espaço ocupado por
cerca de 5 a 10 átomos empilhados de maneira que formem uma linha, de modo que
os sistemas resultantes apresentem novos fenômenos que são dependentes do
tamanho das nanoestruturas que o compõem.
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